A
Ivana perguntou sobre os albergues, no post anterior, então vou aproveitar e dar minhas impressões sobre a experiência de hospedagem em albergues, na verdade,
Albergues da Juventude, uma organização internacional, à qual
você se associa, faz uma carteirinha (as nossas custaram R$40,00 cada) e com isso pode se hospedar numa rede enorme de Albergues pelo mundo inteiro.
A palavra “Albergue” pra nós, brasileiros comuns que não conhecemos a associação (que tem outros nomes, ao redor do mundo: YHA, HiHostels) pode soar um pouco “pobre” ou com um sentido depreciativo, mas posso dizer que não corresponde à realidade.
Claro que é uma proposta diferente dos hotéis tradicionais, e tem como público alvo, inicialmente, jovens mochileiros, mas na verdade encontramos mais gente “com mais de trinta” durante toda a nossa viagem. Somente em Barcelona foi que vimos somente jovens, na verdade, teve um momento em que eu pensei: “
o que essas crianças estão fazendo longe de casa, e sozinhas???”
Marido já tinha usado os albergues da Europa em viagens anteriores, mas eu só havia experimentado um, o
Vila Carioca, em Botafogo, no Rio, numa viagem com o povo da facul, em 2005, quando eu tinha 40 e o resto todo menos de 20 (ou quase isso). Nessa ocasião, fiquei num quarto MISTO com 18 camas, e vocês podem imaginar que a experiência não foi fácil. Mas foi boa. ;) Uma coisa me conquistou nesse Albergue (ou
Hostel, como também é chamado) e me animou a encarar uma nova experiência: o atendimento. E isso se repetiu em TODOS os que ficamos na Europa.
Eu nem sabia da possibilidade de quartos para duas pessoas, e fiquei super feliz com isso. Mas não contava com a possibilidade de escolha quanto a ter ou não ter banheiro no quarto, o que faz diferença no preço da diária, óbvio. Procuramos
Hostels que oferecessem quartos duplos e com banheiro, mas nem sempre conseguimos. Então ficamos em todo tipo de quarto: Duplo com banheiro, duplo sem banheiro, duplo com chuveiro e sem sanitário (nunca vi isso!!!), misto (onde ficamos em duas camas juntas e sem mais ninguém na 1a. noite, depois chegaram outros hóspedes) e um misto onde ficamos em beliches separados, ese foi o pior – o de Barcelona, que merece um post especial, de tanta queixa que eu tenho dele! (risos).
No geral, os Hostels têm uma “área comum”, com sofá, TV, computadores (os acessos à internet variam de albergue pra albergue), refeitorio, Às vezes biblioteca, sala de jogos, etc.
Os valores das diárias são bem menores que dos hotéis tradicionais, motivos óbvios. Veja as diárias do London Oxford Street:
2 x Habitación de 2 camas, sábanas incluidas
Subtotal: 102.90 GBP
5 % de depósito: 5.15 GBP
Pagar a la llegada: 97.75 GBP
Lasquei-me quando não procurei saber o que seriam “
sábanas”, achei que era banheiro...
Sábanas são LENÇÓIS!!! Sim, nem sempre a roupa de cama está incluída, mas pode ser paga à parte, bem como as toalhas (que nunca são incluídas, mas podem ser alugadas, alugamos em Barcelona, por 2,50 cada).
Em Liverpool ficamos no
The Nightingale Lodge. Um casarão antigo e histórico loooooonge do centro da cidade (e onde achamos que seria fácil chegar
A PÉ vindo da estação de trem L
ime Street,
lembram?).

Nesse, ficamos num quarto de casal sem banheiro, mas o banheiro era vizinho, e, como sempre, limpo e com chuveiro bem quente e bom. O aquecimento do quarto é que não era 100%, porque era controlado pela central (ou sei lá por quem, mas não por nós), então à noite foi tranquilo, mas pela manhã desligaram. E eu quase congelei.
A diária lá:
Room Details Price Guests Total
Double Bed Private (Shared Bathroom) £15.00 2 £30.00
Double Bed Private (Shared Bathroom) £15.00 2 £30.00
Rooms Total: £60.00
10% Deposit (£6.00) will be billed in EUR: €7.01
Service Charge: €1.50
Charge on Card (Service Charge + Deposit): €8.51
AMOUNT DUE ON ARRIVAL AT THE NIGHTINGALE LODGE: £54.00
Praticamente metade do de Londres, e ainda com uma diferença:
Breakfast incluído, o que dava no final uma diferença de umas 10 libras, que gastamos no café (mas como foi no
Costa… valeu!). Assim que chegamos, o recepcionista nos deu TODAS as informações (como se minha cabeça fosse guardar tudo), e ele falava rápido. Eu entendi tudinho, mas no final ele falou algo sobre polícia à noite, e eu me perdi, pedi pra repetir. Era o seguinte:

Traduzindo: “Não façam barulho depois das 23h, senão chamamos a polícia”. (Eu ri, imaginando que tipo de barulho poderíamos fazer depois das 23h… hahahahaha)
O quarto tinha uma cama de casal com um “mezzanino” para mais uma pessoa, ótimo para casais com um filho.

Não tinha banheiro, mas tinha uma pia (com água quente), uma mesinha e cadeiras. ]
O aquecedor, que funcionava à nossa revelia.
Na área comum tinha uma sala de jogos com sinuca, computadores que acessavam a internet mediante a inserção de moedas (novidade absoluta pra mim), 50
pounds por meia hora e tinha maquininha de trocar moedas. Aliás essas máquinas são bem comuns por lá, pois muita coisa funciona à base de moedas e precisam ser específicas.
Lockers, para guardar bagagem, no caso de só viajar no final do dia, já que a diária se encerra às 10 ou 11h. 2 libras a diária do armário:

Detalhes do banheiro: (Observe a tampa do vaso sanitário, de madeira. Bom pra não gelar o bumbum… hahaha)
Café da manhã beeeeem simples, mas como estava incluído…
Legal foi encontrar gente de várias nacionalidades no refeitório, aí dar “
good morning” e receber de resposta:
buongiorno, bonjour, buenos dias e retornar, rindo:
BOM DIA!
Em Paris, quando voltamos, ficamos no
Le D’Artagnan, de longe o mais “profissional” (e maior) dos que experimentamos. Eram, se não me engano, 12 andares, sem incluir o subsolo, onde estavam um café, as lavanderias e os
lockers (onde deixamos uma parte da bagagem antes de ir pra Londres/Liverpool).

As diárias foram de 56 euros pelo quarto, não coloco aqui a confirmação como veio deles, porque na reserva não mostrava a possibilidade de
Double Room. mas para duas camas em quarto misto seriam 141 euros por 3 noites.(Precisa fazer a reserva simples pelo
site, e depois solicitar o
double room via e-mail, é seguro.)
No D’Artagnan ficamos num quarto duplo, só que com beliche (oh, céus!) e com chuveiro, mas sem vaso sanitário (já viram isso?).
Marido parecendo um ursinho polar
E eu, um panda, né?
O preço da conexão nos computadores deles era caríssimo (não lembro agora, mas tinha
Wifi grátis nas áreas comuns, e todo mundo aproveitou, inclusive a Vivi e o Daniel, filhinhos da
Geórgia.
Uma coisa interessante foi o kit de lençóis descartáveis, incluindo um “cobertor de orelha” hahahahahaha:
Marido “lavando roupa”.
O restaurante do D’Artagnan era bem amplo, e um excelente nicho para observação cultural, já que a diversidade de nacionalidades era bem notável. Como lá nos encontramos com a Geo e a família dela, depois do café da manhã ficamos um bom tempo batendo papo lá, e inclusive valeu como um encontro do “O que elas estão lendo”.
Em Veneza ficamos no
Nuova Locanda Belvedere, o
site faz ele parecer maior e melhor do que é, na verdade. Este não tinha café da manhã, mas tinha máquina de café com
capuccino a 0,50 euro.

Diárias:
HOTEL INFORMATION :
Name: Nuova Locanda Belvedere
Type: Hotel *
Address: Via Mezzacapo 1 - Veneza, Itália
Telephone 39041926596
Room Type & No. of guests - Price (per day)
Quarto privativo cama de casal banheiro 68.00 EUR
Quarto pequeno, mas com banheiro, TV a cabo, aquecedor, e bastante confortável.
Apesar do conforto maior, o atendimento foi sofrível. Como
já reclamei antes, os italianos passam longe do modelo de educação e gentileza e este saiu do padrão de atendimento atencioso e bem humorado dos recepcionistas de albergues.
Em Roma ficamos no
Alessandro Downtown, que como o nome sugere, é bem no centro da cidade, a duas quadras da estação de trem Roma Termini e pertinho também da estação do metrô. Prédio antigo e apertadinho, mas como manda o padrão, tudo bem limpo.

A diária lá foi de 23 euros por pessoa, e ficamos num quarto misto, para oito pessoas, e sem banheiro. Na primeira noite ficamos sozinhos no quarto, na segunda o quarto lotou. Pra nós não foi problema, tinha duas camas que pudemos juntar, e de fato ficamos numa cama de casal, rodeada de beliches, mas num quarto grande e espaçoso, com armários onde podíamos colocar as malas e trancar com cadeado (que compramos na portaria).
Os recepcionistas do Downtown eram um indiano metido a engraçadinho e uma grega (Jenna – pronuncia-se
Iena) muito simpáticos, afinal de contas, não eram italianos. Lá também não teve café da manhã, e como não era na Inglaterra, não tivemos o café delicioso do
Costa (vou morrer lembrando dele). Mas tinha uma cozinha disponível para uso dos hóspedes, e à noite eles ofereciam uma “
pasta party”, ou seja, jantinha de graça (macarrão,
of course), bastava colocar o nome na lista até ás 10 da manhã. Infelizmente isso é de segunda a sexta, e nós passamos lá sábado e domingo!
O último albergue em que ficamos foi o
Barcelona Mar Hostel, e foi o pior de todos, em termos de conforto. O atendimento foi ótimo, e em português (de Portugal).
Diárias:
Barcelona - Barcelona Mar, Spain
C/ Sant Pau, 80 - 08001
Barcelona
Phone: 93 324 8530
Fax: 93 324 8581
E-mail: info@barcelonamar.com
2 x Bed(s) in Dorm, Sheets included, Breakfast included, mixed accommodation (coed)
Subtotal: 39.90 EUR
5 % Deposit: 2.00 EUR
Pay on arrival: 37.90 EUR
O banheiro, apesar de limpo e de parecer bonzinho (tinha até secador na parede), era um horror: pra sair água do chuveiro, era apertando um botão na parede e caía água por cerca de 30 segundos, e depois parava. Pelo menos era água quente. A lâmpada também era na base do “aperte o botão e tenha luz por 30 segundos”. Eu ri, lembrando que Stela havia me contado algo sobre isso, do botão do chuveiro.
O quarto era pequeno e abarrotado de beliches, e estava lotado de hóspedes. (Não tiramos fotos do quarto, nem da fachada do albergue.) Além disso, tinha um
split, ligado pra ESFRIAR! Os outros hóspedes eram todos adolescentes e barulhentos. Na noite que mais precisávamos de paz e sossego pra dormir, quase não conseguimos. Poderíamos ter ficado num quarto só pra nós, mas era num “anexo”, fora do hotel, e além de estar frio, teríamos de andar com as malas MAIS do que já tínhamos andado do porto até lá

(me lembrem de falar sobre as instruções sobre andar a pé, que existem nos sites dos albergues –
NÃO CONFIEM NELAS!!! -
veja aqui, no final do post, em Barcelona ). Mas, falando sério, acho que me arrependo de não ter ido… quem sabe não teríamos dormido melhor, acordado melhor e nem perdido o vôo pra Lisboa?…
Neste hostel, o café da manhã estava incluído na diária, mas como saímos muito cedo, saímos sem café mesmo.
Bem, no geral, essas são as informações sobre os albergues que experimentamos, e pra mim a experiência foi positiva, apesar dos botões do banheiro em Barcelona!